O fim de um namoro pode ser apenas o seu começo. Terminar um relacionamento, algumas vezes, é mais complicado do que se pensa. Isso porque nem sempre uma das partes aceita bem o fim e cria situações para continuar ao lado da pessoa "amada". Pode parecer estranho, mas muitos jovens já viveram ou vivem essa situação. E, algumas vezes, histórias como essas deixam marcas no coração e no próprio corpo, pois, em alguns casos, acontecem agressões físicas. A verdade é que o fim de um relacionamento é sempre um assunto traumático, tanto para quem termina como para aquele que é dispensado.
A estudante de Psicologia Mariana Diniz, 26 anos, sofreu na pele uma situação dessas. Ela namorava há quatro anos e, num dado momento da vida, percebeu que aquele relacionamento não agradava a Deus e nem a ela mesma. Cenas de ciúme passaram a ser constantes, fazendo com que a jovem tomasse a decisão de romper o relacionamento. Quando tentou terminar, no entanto, ele não aceitou. "Foi horrível! Ele me perseguia, chorava na rua, gritava na portaria do meu prédio. Vivi cinco meses de pesadelo, visto que o Olavo não me deixava em paz. Um dia, ele me encontrou num shopping com amigos da faculdade e fez um escândalo. Fomos parar numa Delegacia de Polícia, porque ele me agrediu. Todos na igreja ficaram sabendo e, depois disso, ele sumiu, literalmente", desabafa.
Alguns especialistas acreditam que esse tipo de reação ao término do namoro não se dá porque exista amor e, sim, porque a pessoa não se conforma em perder a outra, devido ao sentimento de posse. Para o pastor Davi Silveira, da Igreja Missionária Evangélica Maranata de Jacarepaguá, a pessoa que está numa situação dessas deve ter uma opinião definida e tomar a atitude que achar melhor, sem medo das reações do outro. "Gostaria de dizer que quando uma pessoa vai terminar um relacionamento, ela precisa ter uma opinião bem definida sobre o que quer fazer. A pessoa não deve deixar de fazer aquilo que acha certo, ainda que sofra ameaças de outras pessoas. É uma questão de posicionamento".
O fato é que um namoro como esse, que está em compasso de termina ou não termina, não é bom para ninguém. Relações como essas provocam sofrimentos que afetam não só o casal, mas toda a família. É o que acontece com a secretária Luciana Coutinho, 21 anos. Ela não consegue se desvencilhar do namorado, mesmo não o amando mais. “Sempre que tento colocar um ponto final nessa relação, ele inventa alguma coisa. Às vezes diz que precisa de um tempo para se acostumar a viver sem mim, outras que vai se matar, e já chegou ao cúmulo de inventar que estava com câncer. Meus pais não o suportam e eu não agüento a pressão. Mas fico com medo dele", diz a jovem.
O que fazer, então? De acordo com a psicóloga Marlucy Nery, ela precisa procurar ajuda imediatamente. "Esse rapaz tem uma patologia denominada sentimento de posse e um discurso mentiroso. Essa jovem precisa tomar cuidado, pois dificilmente ele fará alguma coisa contra ele mesmo, mas pode matá-la, sim. Dentro de um quadro de agressividade, pode atacá-la. Ela não pode desdenhar essa possibilidade, mas também não deve ficar assustada. Precisa, inclusive, pedir ajuda", afirma a doutora Marlucy, que ainda ressalta que "a jovem não pode ficar sozinha com ele, mas é preciso estar sempre acompanhada de outra pessoa. E deve pedir a Deus que envie os anjos para guardá-la e pelejar por ela".
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